Hoje não vivi mais um dia. Sobrevivi à tua ausência

 A minha dor, parece que ela tem vida própria. Ela é tão intensa, que parece existir dentro de mim por inteiro, como se fosse parte efetiva de minha vida. Ela sabe que não é daquelas dores que vão embora. Ela sabe. Sabe o quanto é terrível, e a forma que tem, e me obriga a conviver com ela, pois me passa a mensagem de que tenho que aceitá-la, porque ela nunca mais enquanto eu viver sairá daqui. Quer convencer-me a aceitar, a me resignar, a me render. Eu não sou fácil de me render, e por isso ela fica lutando comigo cada vez mais forte usando de todas suas armas e embustes, ferindo-me o dia e a noite toda, para lembrar que está em mim. Ela grita. Eu não estou conseguindo suportá-la, ela grita demais, é perturbadora, incômoda, insistente, e, tinhosa, faz ao contrário de todas as outras: em vez de diminuir, aumenta enquanto o tempo passa. Não me dá paz, nem descanso. Onde vou, ela vai. Faz-me chorar onde quer que eu esteja,

Todos os dias, em vários momentos do dia, e todas as noites. Saudades da minha filha.

Jesus, cuide que ela não me veja chorar
Cinco da manhã. Atormentada de saudade, inconformismo e dor. Filha, me perdoe ser tão terrena, tão pequena ainda, com tanto a evoluir, mas eu choro e estou com muita, muita saudade de você, entenda a mãe, me espere...

Jesus, proteja-a para que não veja minhas lágrimas nem escute meus soluços, Mãe do céu, aconchegue-a enquanto eu choro para que ela não perceba meu pranto tão fundo, anjos amigos, divitam-na e distraiam-na sempre que eu cair no desespero da dor para que ela não perceba minha ferida sangrar, eu lhes imploro.

Estava aqui procurando, como sempre, textos para ler...quando encontrei este, que fala TUDO por mim e pelo que sei por muitas outras mães que tenho conhecido com a mesma dor, seja pelo grupo do qual participo pessoalmente, ou pelas outras mães e amigas que conheci aqui na internet. Para quem não entende o que pode abranger a dor de uma mãe, aqui pode-se ter uma leve noção, para quem sabe o que é isso, encontra-se nestas palavras. Ela assina como "Uma Mulher" :
"Falar da morte é hoje tabu maior que o sexo; ao contrário de algum tempo atrás... todos se esquecem que vão enfrentá-la - a dos seus e a própria - sim, vão.

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